Joana Bértholo nasceu em Lisboa, em 1982. É licenciada em Design de Comunicação na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa; e doutorada em Estudos Culturais pela European University Viadrina, na Alemanha. Publicou romances, livros de contos, infanto-juvenil e ensaios de não-ficção. Em paralelo à criação literária, escreve regularmente para dança e para teatro.
Em 2009, o seu primeiro romance Diálogos Para o Fim do Mundo recebeu o Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho e foi publicado pela Editorial Caminho. Em 2018, O Museu do Pensamento foi eleito Melhor Livro Infanto-Juvenil pela Sociedade Portuguesa de Autores e recebeu o Prémio do Festival Literário de Fátima na mesma categoria. Para o público mais jovem tem também publicado O Cavalo-Marinho – pequeno e precioso (INCM/Patológico).
O romance Ecologia, também de 2018, foi finalista de prestigiados prémios como o APE, PEN Clube, DST, Casino da Póvoa, e semifinalista do Prémio Oceanos. Em 2020, Joana Bértholo foi a autora selecionada para representar a literatura portuguesa na Noite da Literatura Europeia.
Em 2023, o romance A História de Roma recebeu o Prémio Fundação Eça de Queiroz/Millenium BCP e foi semifinalista do Prémio Oceanos.
Para teatro, escreveu várias peças para o Festival Teatro das Compras, dirigido por Giacomo Scalisi. Em 2015/2016 fez parte do Laboratório de Escrita para Teatro do Teatro Nacional D. Maria II, no âmbito do qual escreveu a peça Quarto Minguante, que foi levada a cena no mesmo teatro, em 2018, encenada por Álvaro Correia. Realizou a dramaturgia ou o apoio à dramaturgia de peças de Madalena Victorino, Raquel Castro, Ricardo Vaz Trindade, Cláudia Andrade, João de Brito, Sara Inês Gigante, Vanda Rodrigues, Filipe Caldeira e Catarina Gonçalves. Em 2018 foi agraciada com a Bolsa da DGlab, Dramaturgia, com a qual escreveu «Corpo/Arena».
Tem obras no Brasil pela Dublinense; e em Espanha, em catalão, pela Godall Edicions.
21.06 Casa das Histórias Paula Rego | O CORPO, AS DISTOPIAS LITERÁRIAS E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO COMBATE AO MEDO
O teatro é um corpo casa, e o medo contemporâneo de envolvimento do corpo pode afastar-nos afetivamente uns dos outros, pode levar-nos a comportamentos de evitação do confronto emocional, indo sempre diretos ao prazer para abandonar, descartar o que é desconfortável. A literatura, utópica e distópica, é uma forma de retratar, projetar e simular cenários para os nossos medos. Há histórias que assustam, há histórias que nos fazem confiar, mas há também histórias únicas ou sobre-simplificadas. E a par de tudo isto, há a tecnologia, a inteligência artificial que acrescenta ao mundo outra dimensão assustadora; que medos são esses que hoje foram adicionados a este novo Homem Hiper conectado? A benevolência poderá ser encontrada em botes e na inteligência artificial? Quais são os maiores medos do homo connexus?