
Artur Ribeiro é argumentista, realizador e dramaturgo. Na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa tirou a especialização em Argumento; na Universidade do Algarve completou o seu doutoramento em Literatura, com uma tese sobre o trabalho de F. Scott Fitzgerald como guionista em Hollywood. Tem publicado o livro Onde Estavas Quando Criei o Mundo?, a partir do texto para a peça de teatro com o mesmo nome que esteve em cena no Teatro Nacional D. Maria II, em 2012. Desde 1994 que trabalha regularmente para a televisão portuguesa, como argumentista e realizador, em variados formatos – de séries a telefilmes e documentários. No cinema escreveu e realizou duas longas-metragens, Duplo Exílio e Terra Nova, tendo igualmente co-escrito os guiões para RPG Real Playing Game, e A Teacher’s Gift, este último também realizou, numa produção inglesa rodada na Índia e Reino Unido e premiado Melhor Longa Metragem no Birmingham Film Festival 2024.
Onde estavas quando criei o mundo?
21.06 Casa das Histórias Paula Rego | UM OLHAR CRIATIVO, CINÉFILO E NEUROCIENTÍFICO PARA O MEDO
Criar assusta e transporta o criativo para terrenos onde a expressão do medo se faz sentir de várias formas, desde o medo da página em branco, ao medo criativo e à Síndrome do Impostor passando pelo medo da irrelevância até ao medo da repetição, são cenários caóticos que exigem uma intervenção combativa. O medo humano de perder a identidade, a memória, seja coletiva ou individual, conduz-nos a todos para lugares onde se impõe um esforço de apaziguamento e a coragem para o enfrentamento. O paradoxo do trauma como instilador de coragem ou de cobardia e os desafios que isso impõe às sociedades.
Se só a filosofia nos pode salvar e dissipar os “terrores da mente”, como escreveu Lucrécio, poderá também o cinema ter um efeito catártico, terapêutico, para enfrentar as ansiedades que o mundo nos provoca e “pôr a descoberto a verdadeira natureza das coisas”? Estaremos nós num Mundo: Fight or Flight? E a filosofia será aqui uma Philosofight?