
Manuel Curado é Professor de Filosofia na Universidade do Minho, nomeadamente nas áreas de Filosofia Antiga e Filosofia em Portugal, e obteve vários outros títulos, nomeadamente o de Auditor de Defesa Nacional (Ministério da Defesa, Lisboa) e Curso de Alta Direção para a Administração Pública (INA/Universidade do Minho). É doutor sobresaliente cum laude pela Universidade de Salamanca, tendo obtido anteriormente o grau de mestre em Filosofia pela Universidade Nova de Lisboa e a licenciatura em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa (Lisboa). Proferiu mais de 300 conferências em muitos países, de Moscovo, Rússia (MGLU e MGIMO), até ao Rio de Janeiro, Brasil (Biblioteca Nacional e Academia Brasileira de Filosofia), e foi Professor Erasmus em Pádua, Itália.
É autor de vários livros, incluindo a primeira edição crítica de um manuscrito setecentista escrito pelo médico português Dr. Isaac Sequeira Samuda, colega de Sir Isaac Newton na Royal Society of London (As Viríadas do Doutor Samuda, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2014). Ao lado das atividades filosóficas, tem o gosto literário de promover a edição de clássicos da língua portuguesa, como D. Francisco Manuel de Melo (Primeiro Tratado de Cabala, Círculo de Leitores, 2018), Teixeira de Queiroz (Obra Completa, 3 vols. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2020-2024) e João da Rocha (A Sabedoria da Paciência e Angústias: Edição Crítica, Câmara Municipal de Viana do Castelo, 2021), porque vislumbra neles sinais de uma philosophia perennis.
Além disso, reeditou a Memória sobre um Projecto de Pasigrafia (1800) do Contra-Almirante José Maria Dantas Pereira, tendo promovido desde os anos 90 o conhecimento deste pioneiro da utopia da língua perfeita e da tradução automática universal. Reeditou as obras de psicologia filosófica e de lógica de Edmundo Curvelo, bem como os seus manuscritos inéditos, em colaboração (Obras Completas de Edmundo Curvelo, Fundação Calouste Gulbenkian, 2013; Um Génio Português: Edmundo Curvelo (1913-1954), Imprensa da Universidade de Coimbra, 2013). Pertenceu a várias comissões de ética, e fixou o seu pensamento bioético no livro Saúde e Cyborgs: Cuidar na Era Biotecnológica (Edições Esgotadas, 2019).
As Viríadas do Doutor Samuda
FILOSOFIA ANTIGA: reflexões da vida cósmica e da vida social
CURA E DESENCANTAMENTO: política, razão e ciência
Cibercultura: circum-navegações em redes transculturais de conhecimento, arquivos e pensamento
Philosophy of Mind: Contemporary Perspectives
Saúde e Cyborgs Cuidar na Era biotecnológica
Vanguardas da Responsabilidade Direito, Neurociências e Inteligência Artificial
CURA E MILAGRE: religião, crença e percepção
Perception, Cognition and Aesthetics
Automata’s Inner Movie: Science and Philosophy of Mind
Medicina e Psicologia na Antiguidade Estudos de pensamento antigo
Comédia do Campo Vol.I – Tomo I
The Philosophy and Science of Predictive Processing
A SABEDORIA DA PACIÊNCIA
Angústias – Edição Crítica
Comédia Burguesa Vol. II — Tomos I e II
Predictive Minds: Old Problems and New Challenges
21.06 Ágora | Vem falar com os Filósofos | NÃO HÁ RAZÃO PARA O MEDO: UMA FALA CONTRA A ESPERANÇA
22.06: Aula Magna | NÃO HÁ RAZÃO PARA O MEDO: UMA FALA CONTRA A ESPERANÇA
Uma das coisas que a filosofia tem de explicar ao mundo é o facto embaraçoso de não ter oferecido à humanidade um único assunto que seja radicalmente diferente dos outros assuntos. Afinal, se tudo é semelhante a tudo em algum aspecto, constrangimento metafísico que limita tudo o que os seres humanos podem pensar, não está ao alcance da filosofia oferecer um assunto que não tenha qualquer semelhança com assuntos já conhecidos. Isso é impossível.
O medo não é excepção: todos os assuntos que causam medo às pessoas são semelhantes a todas coisas que não causam medo, partilhando com estas muitas propriedades. Por conseguinte, o medo não existe de facto; faz parte da colecção de assuntos que parecem existir mas que, quando se averigua, vê-se que não existem.
É possível, pois, que não haja qualquer Esclarecimento a fazer, seja sobre o medo, seja sobre qualquer outro assunto. Como não há assuntos que violem a lei da semelhança de tudo com tudo, a filosofia e as outras actividades humanas limitam-se a entreter as pessoas.