
Luísa Lopes é neurocientista, coordenadora de um grupo de investigação na Fundação GIMM – Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular e Professora de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. Licenciou-se em Bioquímica na Faculdade de Ciências de Lisboa e mais tarde doutorou-se em Neurociências na Faculdade de Medicina da mesma Universidade. Trabalhou nas universidades de Cambridge, no Reino Unido, e no Instituto Karolinska em Estocolmo, na Suécia durante o Doutoramento. Em 2003, integrou o Centro de Investigação da Nestlé em Lausanne, na Suiça, como neurocientista pós-doutorada, antes de regressar a Lisboa, onde a partir de 2008 estabeleceu a sua própria equipa de investigação, tendo em 2013, 2018 e 2022 obtido posições de Investigador da Fundação para Ciência e Tecnologia em concursos nacionais. O seu trabalho centra-se nos mecanismos sinápticos do envelhecimento, com impacto na memória; e no desenvolvimento de modelos animais de envelhecimento para estudar o défice cognitivo e neurodegeneração. Tem mais de 60 artigos e capítulos de livros publicados em revistas científicas internacionais, incluindo revistas de referência na área, tais como Nature Neuroscience, Science Immunology ou Molecular Psychiatry e doutorou nove estudantes na sua equipa. Pertence a várias sociedades científicas portuguesas e internacionais, destacando-se ter sido membro da Direção da Sociedade Portuguesa de Neurociências entre 2008 e 2011. É membro do Conselho Científico da Faculdade de Medicina e da equipa de coordenação do Mestrado em Investigação Biomédica. É também a responsável pelo Núcleo da Sociedade Americana de Neurociências em Lisboa (SFN Lx Chapter). Em 2018, a sua equipa ganhou o Prémio Mantero Belard – Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em 2020, o prémio Pfizer em Investigação Biomédica, e em 2021, o Prémio Interstellar Initiative para “Healthy Aging and Longevity” da Academia de Ciências de Nova Iorque. Em 2021 recebeu o seu grau de Agregação em Neurociências da Faculdade de Medicina de Lisboa e, em 2022, foi-lhe concedido o prémio Universidade de Lisboa-Caixa Geral de Depósitos pelo seu currículo científico na área de Biomedicina. Desde 2013 que tem tentado ter um papel ativo na divulgação científica à sociedade, tendo participado no programa da RTP Os Extraordinários como especialista, e assina textos em publicações variadas, destacando-se com a colaboração regular com o Público e a revista Líder e, em 2024, participou no podcast In Pertinente da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
21.06 Casa das Histórias Paula Rego | UM OLHAR CRIATIVO, CINÉFILO E NEUROCIENTÍFICO PARA O MEDO
Criar assusta e transporta o criativo para terrenos onde a expressão do medo se faz sentir de várias formas, desde o medo da página em branco, ao medo criativo e à Síndrome do Impostor passando pelo medo da irrelevância até ao medo da repetição, são cenários caóticos que exigem uma intervenção combativa. O medo humano de perder a identidade, a memória, seja coletiva ou individual, conduz-nos a todos para lugares onde se impõe um esforço de apaziguamento e a coragem para o enfrentamento. O paradoxo do trauma como instilador de coragem ou de cobardia e os desafios que isso impõe às sociedades.
Se só a filosofia nos pode salvar e dissipar os “terrores da mente”, como escreveu Lucrécio, poderá também o cinema ter um efeito catártico, terapêutico, para enfrentar as ansiedades que o mundo nos provoca e “pôr a descoberto a verdadeira natureza das coisas”? Estaremos nós num Mundo: Fight or Flight? E a filosofia será aqui uma Philosofight?